sexta-feira, setembro 30, 2011

Me ocorre, me recorre

Um vazio que pesa.

Procura-se um par de asas

Às vezes é preciso silenciar, virar-se do avesso.
É preciso calar ao máximo, para que todo o ruído que ecoa por dentro possa transbordar. Tais ações exigem maestria. Caminhar para dentro é arriscado, é caminhada com obstáculos e espinhos pontiagudos. Lembranças são revestidas por farpas, é preciso saber tocá-las com cuidado, pois qualquer deslize é capaz de uma cicatriz incurável.
É preciso exteriorizar-se, deixar-se visceral, abrir caminhos. Mesmo que em silêncio, mesmo que não se saiba o rumo.
Já basta desse casulo sentimental, é chegada a época da metamorfose. O bater de asas precisa acontecer.

domingo, junho 19, 2011

Tempo de São João

Fumaça demais
fogueira por dentro
e no momento, só faíscas.
Previsão do tempo indefinida
se chover, adeus.
se soprar, vida.

sexta-feira, maio 06, 2011

Way

Queria ser caminho de mão única.
Sem essas curvas, depressões e montanhas.
Me perco e me guio.
Assim eu sigo:
um dia pista livre, um dia trecho em obras.

quarta-feira, março 23, 2011

Guarde o que fere.
Não o espalhe com a esperança de um abandono.
Quando há muito espaço é mais difícil que dissolva.
Deixa ser, deixa biodegradar.

"(...)embora de olhos secos, o coração estava molhado." Clarice Lispector.

quarta-feira, março 09, 2011

Deixe a alma leve
Nessa vida breve
Se eleve
É leve
E flutua.

sexta-feira, fevereiro 18, 2011

Eu sou em excesso. Viver me transborda.

sábado, janeiro 15, 2011

Reencontro

Hoje me veio uma saudade imensa daquele tempo em que escrever era uma atividade cotidiana, complementar das horas diárias. Inspiração e palavras me transbordavam e assim eu dava continuação. Mas logo me surgiu um pudor desnecessário, uma preocupação em divulgar em primeira pessoa aquela confusão interna. O espaço ficou pequeno e tudo precisava de uma explosão.

Tem muito dentro de mim que desconheço, ou conheço assim só de vista. Não costumo ser amiga confidente dos meus sentimentos. Um maquinista que guia tantos vagões com a carga que ele nem sequer sabe lidar.

Incerto, amanhã não mais. Quero agora, cinco minutos é passado.

Queria a certeza como companheira, mas certamente dispensaria o acompanhamento. A bagagem é pesada demais e às vezes é preciso coragem para abandoná-la nas esteiras transportadoras. Coragem não é preciso, é um mergulho na imprecisão.

Escrevi ao som de Transatlanticism repetidas vezes e me surgiu uma vontade de cantar I need you so much closer... pra vida! So come on.